quarta-feira, junho 13, 2007

dia dos namorengols

Ontem foi dia dos namorados.
Weee!
Acho bobagem, comercial, e meio sem sentido.
Até concordo q seja bonitinho, tirar o dia pra fazer agrados, declarações... mas sejamos racionais, é só mais uma forma q os comerciantes acharam pra ganhar dinheiro, e uma desculpa pros consumistas de plantão! aiheaheuhae
Pra mim, é quase tão útil quanto o dia da entrega da insígnia*...ou seja, legal na hora, mas no dia seguinte volta tudo ao normal, o q tá ruim, continua ruim, e o q tá bom, continua bom. Simples assim.

Acho triste estar sem namorado no reveillon, ou antes de uma prova difícil, ou quando sinto uma saudade gigantesca dos meus pais, ou quando fico sozinha nesse apartamento e demoro pra dormir com medo de entrar um ladrão...ou quando inventei uma receita nova de omelete e não tem ninguém pra provar naquele momento, entendem?
Nessas horas q sinto falta de alguém, e não quando as meninas estão ganhando flores, chocolates, e etc, no tal do dia 12.
Embora eu goste de chocolate...preferiria dividir uma xícara de café num dia 29 de março chuvoso em q eu tivesse com frio.
E não é recalque, (Gui talvez achará isso, pq toda vez q eu falei a palavra "doze" nos últimos dias, ele achou q eu tava prestes a cortar meus pulsos assim iaheuihaieu), percebam q não estou subestimando a importância de um namoro, e sim a data comemorativa em sí.

Claro q um namoradinho seria agradável, mas se eu ainda não aprendí a "correr com as borboletas" como disse o caro anônimo q escreve bonito**...deixo essa idéia em stand-by. Aliás, se a pessoa em questão quiser me explicar como se faz isso, eu agradeço (y) até pq, no momento, as borboletas estão voando em círculos e tá difícil pra acompanha-las...



* Entrega da insígnia: cerimônia que já foi tradicional nas faculdades de enfermagem, mas q hoje em dia só é feita na Unirio, basicamente, é uma mini-formatura onde te entregam um broche pra marcar sua entrada nos hospitais da vida.

** Damien Rice acorda os meus sonhos, que de tanto serem sonhados, agora são nada mais que pesadelos. Você não pode com as borboletas, ninguém pode. Joy, não corra delas, corra com elas.

domingo, junho 03, 2007

filtros

De vez em quando, eu passo por uma fase em q acabo filtrando tudo de ruim q acontece...de modo q ver o jornal, se torna uma tortura à cada nova notícia ruim q eles dão, ou ver um mendigo dormindo na rua me deixa mal o dia todo, ou lembrar no meio do banho q a água do planeta tá acabando me faz desligar o chuveiro rapidamente me sentindo extremamente culpada...enfim, coisas do tipo.
Não é legal não, eu fico refletindo sobre os problemas do mundo todo e não me deixo ficar triste pelos meus, q ao meu ver, pelo menos nessa fase, são os mais idiotas do mundo.
Então, ontem estava eu acompanhado as consultas da minha professora de genética na comunidade carente q ela desenvolve o projeto, e à cada nova criança q entrava no consultório, eu ficava mais e mais triste...
Eles não tinham nada grave, mas eram crianças com aparência tãooo sofridas...mas ok, eu tava repetindo pra mim mesma: vc não pode ser assim...vc nunca vai ser uma boa profissional se não começar a racionalizar um pouco as coisas, se controla Joyce...e eu tava disfarçando bem até entrar aquele menino.
Nunca ví olhos tão tristes...
Era o aniversário de 11 anos dele, tava lá com a mãe pra ajudar a cuidar dos irmãos mais novos, e o tempo todo recebia olhares de reprovação dela, como se não tivesse feito nada direito, ele tinha uma assimetria facial, a mãe disse q os amigos caçoavam constantemente dele por causa disso...à essa altura eu já tava com muita dó, até q olho pro braço dele e percebo...o relógio não funciona. E foi esse simples detalhe idiota, q me forçou a ter o máximo de auto-controle q podia...eu não sei pq, mas o fato dele ter um relógio q não funcionava me fez entender na hora pq aquele menino de 11 anos aparentava ter 16, e o pq daqueles olhos tãooo tristes.
Quando ele tava quase saindo, eu disse:
- Feliz aniversário!
Ele me olhou como se fosse a primeira vez q ouvia aquilo no dia...deu um sorriso enorme como quem pensava:
- Alguém notou a minha presença aqui!

E não, eu não sou nem de longe defensora de fracos e oprimidos, não faço muita coisa pra ajudar alguém, ou pra melhorar a situação do mundo...mas aquele menino me comoveu como nunca, e eu queria muito ter falado pra ele q tudo vai dar certo, q ele ainda vai ser muito feliz...mas em vez disso, vim pra casa, e chorei.
Daqui a pouco a fase passa, sabe? Daqui a pouco...