domingo, março 04, 2007

mochilar?

Agora mesmo eu tava lendo o blog de uma garota q tá mochilando pela América do Sul com o namorado, e apesar de em nenhum momento eu desejar estar no lugar dela, lembrei de como já tive essa ânsia em várias fases da minha vida.
Quando eu tinha uns 15 anos e saí da casa dos meus pais, o sentimento de liberdade misturado com o medo de ficar sozinha, me remetia sempre a essa vontade de viajar, não de viajar somente, de fugir mesmo... sei lá pq, talvez eu achava q era melhor ir embora do q ficar vendo os outros irem.

E foi assim a adolescência toda...era tanta liberdade q eu não sabia o q fazer com ela, era tanta liberdade q eu não consegui contê-la, era tanta liberdade q deixei tudo escapar...


Sempre me perguntei várias vezes o q aconteceria se eu pegasse meia dúzia de roupas, escova de dentes, meias limpas e fosse...sem rumo...E sempre me vem duas respostas na cabeça: ou eu seria muito feliz, ou eu seria muito triste. O problema é q como só tem 50% de chances de dar certo, eu não faço...nunca fiz, e nem nunca farei. Eu sou assim, mergulhar de cabeça nunca! Nem no mar pq entra água no meu nariz! E só pra ter o trabalho de me lamentar por isso depois.
Ah sim, e tb pq é muito fácil planejar uma viagem no papel, é muito fácil dizer q vai lavar louça no restaurante em troca de comida, q vai dormir no banco da rodoviária, q vai lavar suas roupas com sabonete no banheiro do posto de gasolina. Na teoria é tudo lindo, aventura é o máximo, ter coisas pra contar pros netos, uhulll Na prática vc acaba indo só até São João do Rio Preto, seu celular de quinta vai ser roubado, o dono da restaurante vai chamar a policia se vc não pagá-lo em 5 minutos, e isso com sorte, pq com azar vc vai se ferrar bonito nas mãos de um frentista ou de um caminhoneiro.

E nos dois casos, vc não vai contar é nada pros netinhos, pq ou será algo patético demais pra contar, ou pq vc nem vai viver o bastante pra ter filhos, quanto mais netos...aiehaiuheiauheiuaheiuh
Enfim, eu achava q desde q entrei na faculdade, essa ânsia de fugir, sei lá de quem ou do q, meio q passou...talvez pq finalmente eu faço algo de concreto pelo meu futuro, ou talvez pq já não tenho mais tanto tempo disponível pra pensar nessas coisas... Até q semana passada, eu tava num ônibus em pleno carnaval, e ví 4 gringas, de chinelinho havaianas, parecendo inseguras mas ao mesmo tempo animadas, tentando perguntar o caminho certo pra trocadora, tentando entender o q o folião engraçadinho bêbado tanto dizia pra elas, e achando muita graça nas pessoas e nas coisas, até descerem em plena central do Brasil, de noite...coisa q eu acho perigosa por demais, mas elas, com toda a ingenuidade de quem não fala português no Rio de Janeiro, estavam pouco preocupadas com isso, queriam se divertir, e foram andando felizes rumo ao sambódromo.

E isso me fez perceber q eu tava errada, q minha vontade não passou coisa nenhuma, eu ainda quero sair daqui um dia, botar a cabeça pra fora da janela e gritar muito, achar graça em coisas e pessoas diferentes das q eu tô acostumada, me perder e pedir informações consultando um dicionário, mas como bem ou mal precisa-se de grana para fazer isso, e como só vou ter grana quando estiver trabalhando, e como eu não vou ter tempo pra nada quando estiver trabalhando, deixo essa vontade armazenada pra próxima vida. Sem dramas, sabe? Acho q me contento com um mês redescobrindo Fortaleza, ou melhor ainda, com um emprego em algum hospital no exterior, onde nem terá tanta graça, pq eu não seria turista, e sim uma imigrante latina fazendo o trabalho q eles não aceitaram fazer, mas heyyy... pelo menos teria shows fodásticos pra ir nem q fosse 1 vez a cada 3 meses.


Falando em shows, acho q tô precisando é de um dvd de show do travis + ar-condicionado ligado no máximo + edredon + rosquinha de coco + leite gelado.Isso seria o bastante agora!Eu acabo ficando feliz com MUITO menos dq q tudo q sonho e desejo pra minha vida...e até acho isso muito positivo, sabe? Por motivos q eu deixo pra um próximo post, pq esse já tá grande demais.